PORTO, «A persistência da memória»
Ao longo do tempo, a Cidade do Porto conheceu mudanças urbanas e sociais que, a partir do séc. XVIII (sob o impulso do comércio do vinho) e ao longo do séc. XIX (com a industrialização), operaram radicais alterações da sua fisionomia e na maneira de ser dos seus habitantes. Tais mudanças viriam a acentuar-se, no século atual, particularmente nas últimas décadas.
Todavia, apegada a um vinho vital de sobrevivência, a cidade guardou o culto e a admiração pelos testemunhos da particularidade do seu génio, das realizações artísticas do seu passado, da autonomia do seu espírito inventivo. Edifícios de desenho singular, embelezado por incontáveis pormenores e requintes, artes decorativas adaptadas ao projeto construtivo para deleite da burguesia portuense, monumentos consagrados a acontecimentos ou personalidades que forjaram o progresso do país, criações estéticas plasmadas em talha dourada de harmonia inexcedível, cerâmica e azulejo, escultura e pintura representativas de modos próprios de expressão, afirmam a perenidade de uma tradição cultural.
Mais do que grande museu onde se concentra uma herança estruturada, o Porto oferece a descoberta de repositório magnífico de valores paisagísticos, urbanos, arquitetónicos e artísticos onde persistem as referencias de uma cidade com memória.