A Terra Indígena Sete de Setembro foi homologada em 1983, com 247.869 hectares, compreendendo parte do município de Cacoal, em Rondônia, e Pacarana e Rondolândia, no Mato Grosso. Antes mesmo do contato oficial do povo Paiter Suruí com o branco, toda uma grande extensão de terras, incluindo esse território, havia sido dividida por linhas e travessões traçados no mapa, sem considerar a topografia e a hidrografia do local, e depois demarcados sobre a terra, abrindo a floresta para dar acesso aos loteamentos para colonização. As linhas, com aproximadamente quatro quilômetros de distância entre elas, correm paralelas e receberam os números com os quais são conhecidas até hoje. A população do Sul e Sudeste do país que foi levada para ocupar esses lotes não conhecia a floresta, nem os povos que a ocupavam. Sofreram com doenças e dificuldades para se adaptar, com a precariedade do acesso e das condições para estabelecerem seus cultivos, com os conflitos com os Paiter e outros povos indígenas que defendiam seus territórios tradicionais. Esses conflitos diretos se estenderam até a década de 80, com a invasão da terra já delimitada para o povo Paiter. Depois da expulsão de uma parte dos invasores, o povo Paiter Suruí conseguiu recuperar essas áreas, ao longo das linhas 7, 8, 9, 10, 11, 12, 13 e 14 e ali estabeleceu suas aldeias, na fronteira do território, como estratégia de controle e proteção. Apesar da proteção legal ao território, os desafios para sua gestão continuam, e são muitos. Com o incentivo da FUNAI, ao invés de recuperar a grande área desmatada pelos invasores, os Paiter Suruí assumiram as lavouras de café e arroz e os pastos deixados pelos colonos. Hoje, além dessas culturas, a economia das aldeias está baseada nas plantações de banana e coleta de castanha, além da importante contribuição sociocultural e econômica da produção de artesanato pelas mulheres. Hoje, ao longo da BR 364 e das outras estradas que cruzam Rondônia, o que se vê são grandes fazendas de gado, pequenos sítios, propriedades rurais de médio porte. As cidades são movimentadas, com as áreas de comércio e serviços bem desenvolvidas, aeroportos regionais com voos diá rios, um modelo de desenvolvimento que não levou em consideração a floresta e sua diversidade socioambiental. Os dados sobre desmatamento e as imagens de satélite deixam claro que a natureza está preservada somente nos territórios indígenas e parques nacionais, e, mesmo assim, sob intensa pressão e muita exploração ilegal de madeira e minérios.
Esse canal foi criado para mostra a todos as Histórias de vida do povo Indígena Paiter Suruí:
Além de manter a cultura viva, esse canal tem o objetivo de tirar a ignorância daqueles que não conhecem o que é ser um indígena.
vídeos, fotos e músicas são o maior meio de comunicação... Que todos possam sentir a magia da natureza nas músicas e nas histórias contadas pelo povo Paiter Suruí.