Os investimentos em ciência e tecnologia na América Latina estão muito abaixo do recomendado para economias que se pretendem relevantes e, especialmente, usar a tecnologia como alavanca para o desenvolvimento. Como ressaltado em debate durante o Congresso Mundial de TI, o WCIT 2016, falta dinheiro – e também atitude – a começar pelo Brasil, principal ator na região.
“Há uma correlação muito forte da ciência, inovação e desenvolvimento. Mas a América Latina investe menos de 1% do PIB em C&T, em inovação e empreendedorismo digital. Para um país ter uma estratégia, 3% do PIB é meio que uma linha básica”, destacou Lisandro Bril, do grupo de capital de risco AxiaVentures.
Segundo ele, no caso específico do Brasil, “o problema é pensar mais localmente e não de forma global. O Brasil precisa pensar de forma global, inclusive para sua capacidade de liderar. Tem mercado interno, então olha demais para dentro. É uma questão cultural, mas se o Brasil não mudar sua atitude par ase integrar de forma global, não vão reformar sua economia de forma competitiva, especialmente depois que os EUA estiverem mais integrados com a China.”
Para Erik Acher, da Monashees Capital, parte dessa atitude exige uma estratégia mais focada. “Temos que olhar nossas vocações, nossas forças. Quando olho o Brasil, temos instituições de classe mundial, como Embraer, como o IMPA. No agronegócio somos bem sofisticados. Temos apenas que canalizar isso, canalizar talento e capital”.
Ele acredita que “o Brasil, e a América Latina em geral, têm o mais difícil, a criatividade. Mas não temos o planejamento. E criatividade sem planejamento é improvisação. Mas não somos bons em planejamento. Nosso longo prazo é seis meses.” Assistam ao painel.